Escrito por Rosane Fukuoka em julho de 2022
No cenário de transição energética, na qual os países buscam meios de descarbonizar suas matrizes energéticas para chegar na neutralidade de carbono até 2050, o hidrogênio aparece como um vetor energético estratégico que poderá acelerar o processo e contribuir para atingir as metas propostas nos próximos anos.
O hidrogênio verde, que é aquele produzido a partir de fontes renováveis, é um elemento que pode ser utilizado para armazenar os excedentes da geração eólica e fotovoltaica, convertendo-se posteriormente em eletricidade novamente. Também é um elemento chave que pode ser utilizado como combustível em substituição ao uso de gás natural, carvão e diesel, ou seja, fontes fósseis com elevada emissão de carbono. Além disso, o hidrogênio possui diversas aplicações também em combinação com outros elementos químicos como a amônia, metanol etc.
Nesse sentido, dois países almejam a liderança de produção e exportação de hidrogênio verde nos seus continentes: o Brasil e a Espanha. O Brasil é um país em pleno desenvolvimento, abundante em território, recursos naturais, com 78% de renováveis na matriz energética proveniente principalmente das hidrelétricas (EPE, 2022), e com a maior capacidade instalada de renováveis da América Latina (IRENA, 2022). Já a Espanha é um país desenvolvido que possui um dos melhores índices de irradiação solar da Europa, atingindo 48% de renováveis, sendo um destaque em termos de geração de energia eólica e solar fotovoltaica (REE, 2022), ocupando o segundo lugar em total de capacidade instalada de renováveis da Europa (IRENA, 2022).
Dado o grande potencial de geração de eletricidade a partir de energias renováveis, ambos os países apresentam projeções promissoras de baixo custo de produção de hidrogênio verde para 2030, com previsões de valores abaixo de 1 USD/kg até o ano de 2050. (BloombergNEF, 2021)
Este trabalho, portanto, traz uma análise comparativa destes dois países potenciais na geração de hidrogênio verde, abordando aspectos de regulação, legislação e políticas, estado de desenvolvimento das tecnologias, potencial de produção de hidrogênio, barreiras técnicas, políticas, econômicas e ambientais com proposição de ações para mitigar e solucionar as problemáticas. E por fim, no último capítulo, é apresentado um mapeamento dos cases considerados mais relevantes de cada país.
Para mais detalhes, acesse o estudo:
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