Tecnologia utilizada em óculos para neve pode ser alternativa para aumentar a eficiência energética de supermercados

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Investir em tecnologias usadas em uma das mais inocentes ações do dia a dia – algo que normalmente as pessoas não reparam – pode economizar muito dinheiro dos donos de mercearias e supermercados.

Os freezers expositores consomem uma quantidade absurda de energia, e isso é inevitável – o próprio fato de terem as portas de vidro já diminuem a quantidade de vezes que os consumidores abrem e fecham as portas. Mas há uma medida de eficiência energética sutil que pode ser implementada e reduzir ainda mais o consumo energético: eliminar a condensação que obstrui a visão dos produtos em seu interior.

Quanto mais a porta de um refrigerador é mantida fechada, mais benefícios traz a todos: é mais confortável para os consumidores, que geralmente não gostam do ar gelado advindo dos freezers que foram abertos várias vezes, e é econômico aos donos das lojas, que pagam por todo o ar frio que escapa enquanto as pessoas decidem com as portas abertas os produtos que irão levar.

No cenário mundial, o Departamento de Energia dos Estados Unidos está constantemente tentando impor limites à refrigeração comercial. Assim, encontrar maneiras inteligentes para reduzir o consumo energético em cada estágio da refrigeração vai ao encontro dessa premissa.

 

O problema é que manter as portas dos refrigeradores livres de condensação não é uma tarefa tão simples. O desafio é ainda maior quando o consumidor mantém a porta aberta por alguns minutos e outro chega em seguida.

É neste momento que a condensação – quando a umidade externa atinge o vidro e se transforma em gotículas de água – impede que o segundo consumidor consiga ver claramente seu interior. Ele precisa então reabrir a porta, o que faz com que o problema se repita. Essa é uma ocorrência comum nos supermercados e mercearias.

COMO TER EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS FREEZERS DOS SUPERMERCADOS?

A solução atual do mercado para combater a condensação é simplesmente utilizar um tipo de aquecedor para diminuir a ocorrência do processo. Entretanto, gerar calor em um ambiente propositalmente gelado para manter os produtos visíveis não é uma solução muito prática – nem muito lógica. Produzir calor custa dinheiro por si só, aumenta ainda mais o calor na cabine e faz com que seja mais difícil manter a baixa temperatura necessária.

Clear Energy, em parceria com a Celanese Corp, afirma ter uma ideia melhor para resolver o problema, o chamado Clarifoil. Trata-se de uma fita de acetato de celulose que adere à parte interna da porta de vidro.

A empresa diz que a tecnologia – usada em outros produtos, como nos visores de capacetes e óculos de esqui –permite a absorção da umidade e ação em superfícies hidrofílicas espalham a condensação em finas camadas transparentes.

Os produtores dos equipamentos atuais utilizam uma película de revestimento como alternativa para ter eficiência energética. Essa é, entretanto, uma técnica falha, pois o revestimento é danificado até mesmo por uma única aplicação de produtos limpa-vidros. Nesse sentido, abre-se assim uma oportunidade de retrofit para o mercado.

É difícil dizer precisamente quanto esse método pode economizar. Um estudo baseado em um freezer de exposição com cinco portas com área de superfície total de 5,6 m². O custo de instalação foi de 984 dólares.

Os pesquisadores calcularam os custos de eletricidade considerando 0,137US$/kWh, e descobriram uma economia de cerca de 428 dólares por ano com tempo de retorno em aproximadamente 2,3 anos.

O desafio de evitar a condensação é mais extremo em climas úmidos, e é onde a maior parte dos protótipos da companhia estão. Os projetos de implementação seguem com quatro redes de lojas em Nova York, Carolina do Norte, Nova Jersey e Califórnia.

 

Gestão de energia

 

Fonte: Energy Manager Today

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