Escrito por Rosane Fukuoka e Giovana Gonçalves da Mitsidi em maio de 2022
Para satisfazer as exigências do Acordo de Paris e combater as mudanças climáticas, cada edifício precisa ser zero carbono até 2050 e, para isso, a construção verde é fundamental. Criado neste contexto, o EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies) faz parte de uma estratégia holística do IFC (International Finance Corporation), membro do Banco Mundial, para orientar a construção para um caminho de baixo carbono em economias em rápida urbanização. Ele consiste numa plataforma de construção verde, que contempla um programa de certificação e um aplicativo próprio para avaliação do empreendimento e gestão do processo.
Nesse contexto, o Itaú – BBA, sabendo que o futuro dos negócios é a integração dos parâmetros de sustentabilidade na hora de fazer negócios, elaborou o Plano Empresário Verde (PEV), com o objetivo de impulsionar setores do mercado de construção verde, com a oportunidade de contribuir com a mitigação dos impactos das construções. Alinhado ao IFC – International Finance Corporation, ele consiste numa linha de financiamento que fornece melhores condições de financiamento ao cliente para edificações com certificação EDGE.
Para compreender melhor o Plano Empresarial Verde do Itaú BBA, a Mitsidi realizou uma entrevista com a Maria Carolina de Almeida Monteiro, do setor de produtos imobiliários do Itaú. Foram realizadas perguntas sobre o seu processo, sua elegibilidade, seus benefícios, as perspectivas do Plano para os próximos anos perante o público-alvo, as regiões atendidas e os resultados esperados. As perguntas e respostas são apresentadas a seguir:
Como e quando surgiu essa linha de financiamento? Ela é exclusiva para a certificação EDGE?
A linha de financiamento surgiu no final de 2019 por um contato do IFC para explicar sobre a certificação EDGE e a ideia da parceria para sua divulgação, inicialmente sem nenhum produto ou obrigação envolvida, apenas para expandir o mercado. Um pouco depois, o Itaú começou a ofertar outros tipos de financiamentos com foco em ESG, então tornou-se possível trazer a parceria mais estruturada com o IFC. O Plano Empresário já existia e o modificaram para Plano Empresário Verde. Por enquanto, o Plano só contempla o EDGE, mas tem o interesse de expandir para outros sistemas de certificação, com o objetivo de que as edificações sejam certificadas, independente do programa em si, desde que confiável e acreditado.
Quais são os requisitos e a elegibilidade para acessar o financiamento? Qual o público-alvo?
O público-alvo é o mesmo do Plano Empresário, financiamento a empreendimentos residenciais e comerciais. O cliente passa pelo crivo para contratação deste financiamento inicialmente, depois há uma análise socioambiental mais aprofundada, inclusive de governança, para que o Plano seja aprovado.
Como funciona o processo? Quais são os benefícios nas condições de financiamento ofertadas? (Parcelas, juros, taxas, valor máximo etc.)
Essas questões são definidas na aprovação do crédito. O que difere, para o Plano Empresário Verde, é a taxa de financiamento. Há sempre um benefício referente à taxa se o empreendimento for certificado, porém o processo não é padronizado, existindo vários critérios e situações que requerem adaptações, variando muito de cliente para cliente.
Quais são os resultados até o momento? Houve aumento de financiamento de empreendimentos EDGE?
No ano passado (2021), desde o lançamento do Plano Empresário Verde em junho até o final do ano, houve 4 projetos contratados nessa modalidade, representando 310 milhões de reais em financiamento e 960 milhões de reais em Valor Geral de Venda (VGV). Neste ano (2022), até o momento, 6 operações foram contratadas nessa modalidade, representando 290 milhões de reais em financiamento. Assim, no total, há 10 operações contratadas, com 600 milhões de reais financiados, sendo que houve um alto crescimento neste período, esperado também para o restante do ano.
Quais regiões e estados o Plano Empresário Verde abrange?
O Plano teve início de atuação apenas na região metropolitana de São Paulo, mas o IFC seguiu com a iniciativa de expansão no território brasileiro, atendendo atualmente todas as regiões com acesso ao Itaú no território nacional.
Onde os interessados podem encontrar mais informações sobre o Plano? E com quem se pode entrar em contato?
O ponto de contato principal é o time de sustentabilidade do Itaú, com demanda direcionada para o time de atendimento imobiliário. Caso já seja cliente Itaú, o contato é facilitado e já há informação de todos os passos para o financiamento.
Qual seria a mensagem que você passaria para os empreendedores que buscam financiamento de construções verdes?
Hoje, há muito mais alternativas no mercado do que anos atrás. A estratégia do Itaú contempla o incentivo de ESG não apenas no mercado imobiliário, mas em todas as outras frentes atendidas pelo Itaú. Assim, para o Banco, é super importante incentivar esse mercado e trazer mais atores para atuar em certificações sustentáveis, ao trazer a linha de financiamento, para que mais construtoras e incorporadoras estejam interessadas nesse mercado, alinhando aos objetivos do Itaú.
A Mitsidi agradece a disponibilidade do Itaú BBA para a entrevista. Para saber mais sobre o Plano Empresário Verde, entre em contato com a Maria Carolina Monteiro.
Quer entender mais sobre o EDGE e como aplicá-lo a seu empreendimento? Entre em contato com uma de nossas EDGE Experts: Rosane Fukuoka (também EDGE Auditor), Luisa Zucchi e Giovana Gonçalves. Para realização de orçamentos, utilize o e-mail [email protected].
Maria Carolina de Almeida Monteiro | Rosane Fukuoka | Luisa Zucchi | Giovana Gonçalves |
Officer de produtos | Gerente de edificações | Analista em conforto e desempenho | Analista em eficiência energética |
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