Bill Gates investe 14 milhões de dólares em processo industrial para fabricação de plástico através de biomassa

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Dias antes das discussões sobre as mudanças climáticas por parte das Nações Unidas que antecederam o Acordo de Paris, Bill Gates reuniu 28 grandes investidores para formar a chamada Breakthrough Energy Coalition e fez com que se comprometessem a investir em inovação com baixa emissão de carbono.

Apesar de pouco se saber sobre quais investimentos já foram feitos, a Renmatix anunciou hoje um investimento de 14 milhões de dólares vindos do bilionário co-fundador da Microsoft. A startup desenvolveu um processo pioneiro de transformar biomassa em açúcares celulósicos para serem usados no lugar de polímeros a base de petróleo em uma variedade de processos industriais.

A Renmatix disse que o investimento permite que a empresa comece a levar o processo científico patenteado da escala de laboratório para o uso comercial – justamente o estágio do ciclo de inovação que Gates afirma necessitar de capital. O processo desenvolvido, chamado de Plantrose, usa alta pressão e água em alta temperatura para converter biomassa em açúcar celulósico, que é um material intermediário que pode, por meio de processos, ser transformado em materiais plásticos que vão desde copos e peças de celulares até adesivos industriais.

“Ao invés de usar combustíveis fósseis nos processos químicos, [você] pode agora usar a água supercrítica[1]

Basicamente, a tecnologia tem potencial para infundir um processo com energia renovável na base industrial, alterando a forma como substâncias plásticas são manufaturadas, e pode atrair a atenção de grandes investidores.

Entretanto, ainda não foi possível confirmar que o investimento tem relação com a Breakthrough Energy Coalition, lançada em dezembro com apoiadores como Mark Zuckerberg, Richard Banson, Marc Benioff, Meg Whitman e Tom Steyer.

Quase tão significante quanto os investimentos de Gates é o segundo maior investidor do grupo, a companhia de energia francesa Total, que concordou em licenciar o processo Plantrose para produzir 1 milhão de toneladas de açúcar celulósico por ano em suas instalações. O contrato de licenciamento está em processo inicial,  e a previsão é que passe pela fase de engenharia já em 2017 e em seguida chegue à escala comercial.

“O Plantrose é um processo disruptivo porque significa custos cada vez menores para transformar biocombustíveis para em açúcares – isso ajuda a elevar os biocombustíveis à paridade de custo com polímeros a base de petróleo e químicas industriais”, afirma Hamilton.

Os biocombustíveis têm desaparecido da paisagem de renováveis nos últimos anos, enquanto as energias solar e eólica têm crescido cada vez mais. Isso se deve parcialmente ao baixo custo do preço do petróleo nos últimos dois anos que tornou os biocombustíveis relativamente mais caros. O petróleo é atualmente vendido entre 43 e 46 dólares por barril, enquanto chegou à mínima de 33,28 dólares este ano.

“O novo processo parece ser um grande avanço na diminuição da dependência do petróleo na base da cadeia produtiva”, afirma André De Dominicis, especialista em eficiência industrial, “resta saber se consome menos energia do que o processo convencional”.

Fonte: GreenBiz

[1] Estado “supercrítico” é um termo científico. Significa que uma substância está sob condições de temperatura e pressão superiores ao seu ponto crítico, onde os estados líquido e gasoso não se distinguem.

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