Escrito por Luisa Zucchi da Mitsidi em abril de 2022
EDGE é um programa de certificação de edifícios verdes que visa tornar as estruturas mais eficientes em termos de recursos, como energia, água e materiais. Com um software gratuito para avaliar a eficiência desses recursos, a certificação EDGE green building torna mais rápida e fácil a construção de um edifício mais sustentável.
A certificação EDGE vem crescendo substancialmente nos últimos anos ao redor do mundo, já estando presente em mais de 200 países. Por ser uma certificação muito simples de se obter, já há mais de 500 edifícios certificados em apenas 8 anos de existência. Nos últimos 2 anos, mesmo com a pandemia, houve cerca de 140 edifícios certificados, mostrando a força dessa certificação.
Atualmente, o país que mais certifica edifícios com o EDGE é a Colômbia, com 118 edifícios. Mas a certificação também tem um impacto forte no Vietnã, Indonésia e no México. É uma certificação forte principalmente para países emergentes e em desenvolvimento, com rápida urbanização. No Brasil, até o momento, há 17 empreendimentos certificados, mas está havendo um crescimento significativo na procura pela certificação.
Por mais que a Colômbia tenha o maior número absoluto de prédios certificados, onde há mais certificações EDGE Advanced é no sudeste asiático, ou seja, é onde há mais certificações com mais de 40% de economia em energia.
Quando falamos em descarbonização, podemos ver que graças ao EDGE já se deixa de emitir cerca de 158 mil toneladas de gás carbônico por ano.
Mais uma vez, os países que mais deixaram de emitir foram países do sudeste asiático, mas também países como Colômbia, México, Índia e África do sul tiveram boas reduções de emissões de CO2.
Como a certificação zero carbono é relativamente recente, há apenas 4 empreendimentos no mundo que receberam a certificação. No México, na Bulgária, na Índia e nas Filipinas.
No México, o edifício Ufficio BJX adquiriu a certificação após um retrofit que transformou o prédio de residencial para escritórios. Nele foram usadas medidas de baixa absortância das fachadas e cobertura, iluminação eficiente, ventiladores de teto, além do sistema de geração de energia fotovoltaica. Ele conseguiu uma economia de 50% em energia, 23% em água e 36% em energia embutida nos materiais.
Na Bulgária, o edifício do Procredit bank foi construído com economia de 50% em energia, 46% em água e 94% em materiais. Para chegar nesses valores eles usaram uma razão de parede-janela menor, isolamento térmico, vidros de alto desempenho, climatização e iluminação eficientes, produção de energia fotovoltaica, sensores de presença, produção de energia renovável off site e ainda compensações de carbono.
Na Índia, os laboratórios do grupo Stallion chegaram a 100% de economia de energia, usando uma razão de parede-janela menor, isolamento térmico, vidros de alto desempenho, climatização por central de água gelada e VRF, iluminação eficiente, produção de energia fotovoltaica, sensores de presença e medidores inteligentes. Além disso, também alcançaram 60% de economia em água e 40% em materiais.
Por fim nas Filipinas, o prédio Arthaland Century Pacific Tower chegou a 45% de economia de energia, com fachadas de baixa absortância, elementos externos de sombreamento, isolamento térmico, vidros de alto desempenho, ar condicionado VRF, energia solar fotovoltaica, iluminação eficiente, energia renovável off site e ainda recuperação de calor do sistema de exaustão.
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