Mitsidi apresenta resultado de pesquisa sobre setor de Óleo e Gás no Rio de Janeiro

Estudo avalia a oportunidade de ganho de energia elétrica e captura de CO2 liberada em processos do setor

Por: Rosane Fukuoka

nov. 01, 2016

Eficiência Energética

A exploração e a produção de petróleo e gás são atividades industriais altamente energointensivas. Ambos constituem a base de várias cadeias produtivas, como o refino de combustíveis e a produção de materiais primários para outras indústrias. É muito provável que no futuro seja viável obter algumas das matérias primas por métodos alternativos, como indicar alguns estudos.

O Brasil é um dos pioneiros na produção marítima de petróleo, e possui grande experiência de operação. Seu potencial foi muito aumentado nos últimos anos com a inclusão das reservas do bloco pré-sal.

Novos desafios se realizam. Entre os principais surgiram a necessidade de perfurar uma camada grossa de sal, o conjunto de grandes vazões de CO2 associadas à produção e a complexa logística de operar plataformas a mais de 250 milhas do continente em águas ultra profundas (maiores que 1.500 metros de profundidade). CO2 nos reservatórios, necessidade para que os poços continuem a ser explorados comercialmente.

Com a volatilidade do preço do petróleo, a eficiência energética começa a ter maior importância. Projetos não explorados anteriormente, ignorados por conta do baixo interesse do setor em reduzir sua intensidade energética, começam a aparecer. Resumindo: muitas ações de eficiência, antes superadas, passam a ter payback em momentos de crise.

Existe uma oportunidade óbvia de recuperação de calor de gases de combustão, medida que tem sido aproveitada parcialmente no aquecimento de óleo e gás extraídos com o fim da separação. No caso do pré-sal, entretanto, como a profundidade do poço é muito grande, o óleo esfria durante a subida.

A eficiência dos processos realizados traz consigo benefícios de rebatimento de emissões de gases de efeito estufa. Em países desenvolvidos como Noruega, França e grande parte da Europa, há uma taxação para as empresas de fornecimento na emissão de CO2. Esse é o tipo de medida que acaba gerando interesse econômico na redução das emissões.

Uma tendência a ser comprovada com atenção no Brasil é a geração de energia com ciclos termodinâmicos mais eficientes, que sejam integrados aos sistemas de captura de CO2. Existem várias alternativas de ciclos de potência, algumas com aplicação marítima, como o ciclo combinado com turbinas a vapor.

Uma avaliação de previsão técnica da implementação de Ciclo combinado e Captura de CO2 por consulta química foi desenvolvida (Hamilton Ortiz, 2016) com a orientação do professor Waldyr Gallo da Unicamp e financiamento por parte do Grupo BG. O resultado do estudo foi apresentado no Congresso Internacional Rio Oil&Gas 2016, realizado na semana passada no Riocentro.


Resultados


A pesquisa mostrou o ganho de aproximadamente 24% na geração de energia elétrica, disponibilizando uma quantidade que poderia ser enviada ao continente, considerando uma eficiência de captura de carbono de 85%. Também houve uma melhoria na eficiência dos compressores centrífugos de injeção de CO2, equipamentos que já fazem parte da concepção das plataformas e foram melhor aproveitados caso capturassem os gases liberados na atmosfera.

As análises foram realizadas através de simulação energética dos processos de geração de energia, tratamento de fluidos e água de processo, considerando a concepção das máquinas e sua operação em carga parcial. emissões, afinal já existem tecnologias disponíveis no mercado sendo aplicadas em outras regiões do mundo, como no Mar do Norte e no Japão, em formato de “ilhas de potência”. Congresso. O código de acesso é RioOil2016.

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